Anushka é uma artista visual alemã que vive e trabalha em Lisboa. Estudou Literatura Alemã e Arte/Música, com foco em fotografia. Trabalhou como jornalista em vários jornais e rádios e durante muitos anos foi assistente de encenação num teatro em Berlim.

Escreve poemas, cartas de amor e todo o tipo de organização de palavras. É especialista em corações partidos, penteados ambiciosos e boas bebidas, e colecciona tudo aquilo de que não precisa mas que quer desesperadamente ter. Minimalismo não é o seu forte; ela é mais do tipo “more is more”. Mas, apesar de tudo, Anushka é capaz de dizer muito com poucas palavras.

O trabalho mais recente e o projecto em curso de Anushka é a inscrição em colchões abandonados. “Encontro-os nos passeios, encostados a paredes, candeeiros de rua, caixotes do lixo ou árvores.(…) Estes objectos do quotidiano carregam associações. As nossas vidas esfregaram-se neles. O suor, o sangue, as lágrimas e outros fluidos corporais tornaram-se parte do seu tecido.(…) Fazemos amor na cama, lemos na cama, comemos na cama, vemos televisão na cama, sonhamos na cama, conversamos na cama, choramos e rimos na cama. Somos concebidos na cama, nascemos na cama, morremos na cama. Os colchões são o nosso pequeno mundo, os nossos espaços privados.(…) Quando encontro estes colchões manchados abandonados na rua, em toda a sua nudez, sinto-me comovida e com profundo respeito. Quero dar-lhes voz. Eles têm tantas coisas para contar”.

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